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MARIO MELO
( Pernambuco -  Recife )

 

Mário Carneiro do Rego Mello[nota 1] (Recife, 5 de fevereiro de 1884 - 24 de maio de 1959) foi um advogado, jornalista, historiador, geógrafo, filatelista, numismata, músico e político brasileiro.

O frevo Evocação n.3 faz uma referência explícita ao seu lado folião. Ao perguntar "cadê Mário Melo?" Colocando ele ao lado de famosos foliões do carnaval de Recife( Felinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon).

É interessante destacar que o trabalho desenvolvido pelo Mario Melo no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano de tão representativo e importante que até hoje a diretoria deste órgão demonstrar ser um capítulo expressivo na história dessa instituição. O Mario Melo é considerado e reconhecido como um vigilante e constante estudioso da história de Pernambuco, das suas memórias e patrimônio público. Um dos trabalhos mais valiosos feito por ele e que pode ser destacado foi as comemorações do centenário da Confederação do Equador em 1924.

É uma personalidade tão presente que o próprio instituto reconheceu a sua grandeza e o declarou por muitos anos como Secretário Perpétuo do referido instituto. Vale salientar que por ser ele um devotado às manifestações culturais populares e pelo seu grande desejo em vê-las preservadas em sua autenticidade e tradicionalismo, livres das influências políticas e culturais trazidas pelo estrangeirismo e pela modernidade, Mário Melo foi um dos principais idealizadores da Federação Carnavalesca Pernambucana, criada em 1935, assumindo importante cargo nessa instituição ainda hoje existente.

Formação

Estudou em vários estabelecimentos de ensino de Campina Grande, Paudalho e Recife, incluindo o Ginásio Pernambucano. Estudou Direito na Faculdade de Direito do Recife.

Atuação profissional

Telegrafista; Jornalista; Jornalista

Iniciou a atividade de jornalista no periódico O Álbum, de sua propriedade. Atuou depois nos seguintes periódicos:

Correio do Recife;   Jornal Pequeno; Diario de Pernambuco; Jornal do Commercio (Recife); Folha do Povo; O País; •      Gazeta da Tarde (Rio de Janeiro); O Estado de S. Paulo; La Prensa (Buenos Aires - Argentina);

Participação em instituições culturais

Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco; Academia Pernambucana de Letras; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Associação de Imprensa de Pernambuco; Sociedade de Geografia de Washington (Estados Unidos); Sociedade de Geografia de Lisboa (Portugal)

Participação na política

Deputado estadual por Pernambuco, entre 1948 e 1950.

Livros publicados

A Maçonaria no Brasil (1909); A Maçonaria e a Revolução de 1817 (1912); Arquipélago de Fernando de Noronha (1916); Pau d´Alho: monografia histórico-geográfica  Rios de Pernambuco (1919); Ruas do Recife (1920); Oliveira Lima íntimo (1920); História da Loja Maçônica Seis de Março de 1817 (1921); Corografia de Pernambuco (1921); Esboço da literatura pernambucana (1922); Os Carnijós das Águas Belas (1929); Toponímia pernambucana (1931); Dentro da história (1931); Frei Caneca (1933); Aspectos da história (1935); Elementos da história do Brasil (1936); Aspectos de etnografia brasílica (1938); Como vi Portugal (1938); A Guerra dos Mascates (1941); Síntese cronológica de Pernambuco (1943);        Onomástica pernambucana (1944); Relances da história (1956).

Notas

1.    Sua grafia originalmente utilizava duplo ele.
Biografia: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Melo

 

CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia.  PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel  da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXIRecife: IMC;  Rio de Janeiro:     Escrituras, 2005.  628 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

SONHANDO

Se eu tivesse algum dia essa ventura
Que há tantos anos peço e ainda não vejo.
Porque não queres o que mais desejo,
Ou desejas trazer-me em desventura:

Se um dia tu dissesses — ó sim, jura
Satisfazer o que procuro e almejo —
Se tu dissesses, ao trocar dum beijo:
— Sou tu, é tua esta alma toda pura,

De meus braços nem Deus te arrancaria.
Que importa a morte, se morrer queria,
Para quem ama a lenitivo doce?

Que mais venturas desejar podia
Se a minha vida fosse a tua vida
Se o meu viver a tua vida fosse?

(In  Historia Geral da Literatura Pernambucana, 1955, p.. 123)

 

 

AUSENTE

A vida é assim, querida: de hora em hora
Tudo, no mundo, pode ser mudado.
Para extinguir as trevas, fez-se a aurora.
Para toldar a aurora o céu nublado.

Quantos terão, pela existência afora
Nossos felizes dias invejados?
No entanto, hoje — distante — na alma chora
E eu trago o peito em mágoas afogado.

Mas breve hei de transpor esses escolhidos
Sangrando embora os pés por sobre espinhos
Para satisfazer nossos desejos.

Pois, meus olhos têm falta de teus olhos,
Os teus afetos, sede de carinhos
E os nossos lábios fome de mais beijos.

 

(In  Historia Geral da Literatura Pernambucana, 1955, p.. 122)

 

 

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Página publicada em setembro de 2022

 


 

 

 
 
 
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